O numeroso grupo, eram mais que as mães, ávido de aprofundar os conhecimentos sobre o Porto compareceu às 21 H de ontem junto ao jardim Marques de Oliveira, vulgo S. Lázaro. A força da tradição é mais forte que a vontade dos homens do poder e estou também a lembrar-me do jardim da Cordoaria que oficialmente tem a toponímia de Mártires da Pátria, mas há mais, como Leões, Arca d´água etc...
Com o patrocínio da CMP, com orientação do Dr. Júlio Couto ficamos logo ali a saber que o jardim de S. Lázaro foi o primeiro a ser construído na cidade logo após as lutas liberais, dedicado às mulheres do Porto que souberam encorajar os maridos na defesa das liberdades. Entramos na Rua do Sol cujo nome é devido ao astro-rei que logo ao nascer entra pela rua, já na ponta a Capela dos Alfaiates que veio do morro da Sé já no sec. XX. Seguimos pelo largo 1º de Dezembro e uma olhadela ao exterior da bela igreja de Santa Clara. Com uma chuva miudinha a querer martirizar o grupo seguimos pela antiga rua de D. Hugo onde há a Casa Museu Guerra Junqueiro, antes tínhamos passado junto à estátua equestre de Vímara Peres e à Sé.
Capela das Verdades e descemos pelas escadas do mesmo nome e logo a seguir pelas extensas escadas do Barredo. Ao fundo o nicho sem o Senhor da Boa Fortuna que foi palmado por um “boi” (nome dado àqueles que no bas-fond da cidade têm comportamentos que ferem terceiros). Passagem pelo Bairro Padre Américo e em pleno miolo do Barrêdo, na Rua de Baixo uma das casas mais antigas da cidade. Chegamos à Ribeira, uma referência ao Rio da Vila, à Rua de S. João e à fonte, tudo obra dos Almadas. Aqui uma referência ao S. João do nicho da fonte, que nunca existiu. Agora está lá um “S. João” sofisticado, feito por um escultor da moda. Certo, certo é que ninguém gosta daquela figurinha!...
Postigo do Carvão, a única porta da muralha Fernandina que chegou até nós. No Muro dos Bacalhoeiros, uma referência culinária à casa onde nasceu Gomes de Sá, o do bacalhau (Eh ASAE, não mandem alterar o nome, por favor!...). A seguir, Capela de Nossa Senhora do Ó e o empenho dos moradores, segundo Júlio Couto, na recuperação do edifício que estava muito degradado. Pela antiga Rua da Reboleira, sempre com as histórias super doseadas de pimenta brejeira ao gosto do grupo, ora do farmacêutico que tratava não sei o quê, ora do Carlinhos da Sé, figura típica do Porto.
A cidade é isto: a história dos lugares e das pessoas. No primeiro caso a história mantém-se viva mas já as pessoas vão rareando na zona histórica.
Assim foram fechados os passeios nocturnos de Dezembro, agora vamos esperar pelos diurnos da Primavera.
(a imagem é da estação de S. Bento, sacada do gaveto da R. Mousinho da Silveira com a R. Corpo da Guarda.)
Fiquem bem, antonio
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