Onde estavas no 25 de Abril, é uma pergunta que é feita a este ou aquele político ou a "personas" sociais. Ora bem, não faço parte dessa gente com status mas aqui vai o meu contributo singelo.
Nessa madrugada estava já o coronel Carlos Azeredo vindo de Lamego a caminho do Porto com uma companhia de revolucionários e eu e dois amigalhaços estávamos a leste ali no jardim de Fernão de Magalhães, hoje Paulo Valada, num Fiat 124 a jogar uma lerpinha com música de fundo de Demis Rousses. Não era uma jogatina a feijões mas era como se fosse, uma maneira de passar o tempo.
No próprio dia senti ao vivo o desmoronar do regime. E como? Trabalhava ali a dois passos da Sede da PIDE/DGS( para os mais novos, Polícia de Investigação e Defesa do Estado/Direcção Geral de Segurança) do largo Soares dos Reis. E então vivi o cerco ao edifício por populares, o incendiamento de alguns carros dos agentes ali à beira na Rua António Granjo, a libertação de antifascistas e o aprisionamento dos PIDES que foram levados em camiões militares perante o gáudio dos populares. A coroar toda esta panóplia de acontecimentos assisto a vir à varanda do edifício, de frente para a Rua do Heroísmo, a EngªVirginia Moura, o Coronel Carlos Azeredo e o Dr. Óscar Lopes anunciar a capitulação do regime naquela altura protagonizada pela rendição daquela força política.
Sinto-me pois um privilegiado aqui e agora poder contar o que os meus próprios olhos viram!
Fiquem bem, antonio
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