Bela avenida do Porto!
Onde estás? E os teus encantos,
Os relvados, onde tantos,
-Aves, pessoas, crianças-
Com deleite e com conforto,
Saltitavam, descansavam,
Ou brincavam, de alegria,
Quer de noite quer de dia?
Ou em noite de folia
-A noite de S. João-
Dormiam até ser dia
Na tua relva macia,
Felizes de coração?
Onde estás, que não te vejo?
Mas sabes que o meu desejo
Era ver-te e admirar-te!
Ou talvez não! Para quê?
Para quê verde relvado
Para quê tão verde prado
Que enchia os olhos de cor?
Para quê tanta flor?
Agora pedra sem cor,
Sem perfume ou macieza!
Onde está sua beleza?
Se nos quisermos sentar
Ou deitar, para descansar,
Temos pedra, pedra, sim!...
E os banquinhos do jardim
São hoje cadeiras, só!
Cadeiras que metem dó!
As almas dos “Aliados”
Aliadas à beleza
Da menina dos olhos de água
Virão chorar sua mágoa!
E os olhos da menina,
De humildade toldados,
Continuarão a chorar
Lá do alto, a recordar
Os verdes dos tempos idos.
E toda a policromia
Que esta avenida exibia
E jamais serão esquecidos!
Chora, de olhos magoados,
Menina dos Aliados!...
(de Maria do Céu Figueiredo Gomes, da página do leitor do JN de 26/04/2008)
Saudações, antonio
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