Portugal Continental e a Madeira vão entrar na hora de verão à 1 hora de domingo, ao adiantar o relógio 60 minutos. Nos Açores, a mudança acontecerá pelas meia-noite, altura em que se adianta a hora para a 1 hora.
A hora de Verão passou a ser decidida a nível da União Europeia, ao contrário do horário de inverno, que continua sob a soberania dos Estados, explicou Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
O Governo ouve a Comissão Permanente da Hora, na qual se sentam representantes de todos os ministérios e entidades que expõem os seus interesses nesta área, presidida pelo Observatório Astronómico de Lisboa, que zela pelo cumprimento da sequência do dia e da noite. "A actividade humana está extremamente dependente desse ciclo", lembrou, ainda, o director do OAL.
A última reunião foi há cerca de dois anos, para elaborar um relatório para a Comissão Europeia sobre se a hora de verão deveria continuar a vigorar. A resposta foi afirmativa, tanto para o Continente, como para as Ilhas, relatou Rui Agostinho, em declarações à Lusa.
Esta comissão existe formalmente desde os anos 40, mas as suas raízes remontam ao início do início do século XX, quando saber com exactidão a hora ganhou importância crescente na vida em sociedade e em especial nos negócios. No século XIX, coexistiram a hora astronómica, que começava e acabava ao meio dia solar para acompanhar o trabalho de observação dos astrónomos, e a hora civil (meia noite).
O responsável lembra que, mesmo actualmente, "há interesses sociais na hora" sobretudo em actividades que dependem muito da hora solar, como a agricultura e a construção civil: "para estas pessoas interessa que a hora que o relógio marca efectivamente corresponda o mais possível às horas de sol".
Já quem joga em bolsas internacionais preferia reger-se mais perto dos relógios de Frankfurt ou de Nova Iorque, "apesar do desfasamento da hora solar", tal como quem tem negócios com Espanha, que iria preferir o regresso de Portugal à hora central europeia.
O responsável informou, que "para já" não têm existido pressões para a redefinição da hora, que segue o meridiano de Greenwich (hora zero) e por isso a comissão não teve necessidade de se reunir ultimamente.
No passado, foi 'chumbado' o regresso à hora +1, que vigorou entre 1993 e 1996, por "os impactos terem sido muito mais negativos". Entre as razões estava o aumento do consumo de ansiolíticos, relatórios das seguradoras sobre acidentes e a deslocação do afluxo e horário de funcionamento das lojas "mais coincidente com a altura em que há luz no céu".
"Na prática as pessoas vão atrás da luz solar", resumiu.
Fonte: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1528952
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