Então os avós não merecem nada? Por mim, merecem TUDO. Então esses entes queridos não merecem a nossa atenção? Por mim, TODA. Deixem-me partilhar convosco duas palavras sobre os meus. Começando pelos meus avós maternos, guardo a imagem duma avó paciente, tolerante e resignada. Do meu avô, recordo as histórias da 1.ª Grande Guerra contadas à lareira, em Cabeçais, freguesia de Fermedo, concelho de Arouca. E a minha memória vai buscar as imagens de toda a Natureza que envolvia a casa dos meus avós maternos e por onde eu andei sem nunca me perder. Vai também buscar os aromas e os sabores da uva americana, do pisa uvas no lagar e das Festas da Senhora da Saúde. E andar no carro de bois do Sr. José da Casanova? Quando vazio, imaginava-me um romano. Quando cheio, era a aventura e a loucura dos verdes anos, em cima do carregamento se ele fosse fofo. Dos meus avós paternos, apenas conheci a minha avó. Foi em Valongo e guardo a memória de uma mulher que era a verdadeira alegria no trabalho. Ainda tenho um rádio PHILLIPS, de válvulas, que ela me ofereceu em vida. E, quando recordo a minha avó paterna, recordo as brincadeiras com o meu primo por aqueles montes de Valongo. Estão recordados os meus avós.
Os meus links