Os autores deste jornal virtual cumprimentam todos os que passam os olhos pelos assuntos destas páginas.
Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2006
Em 2006 comemoram-se 100 anos de nascimento de Agostinho da Silva

Meu caro Guilherme, ainda sobre a aquela reflexão: Professor...
Lembrei-me de partilhar alguns sítios interessantes.
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/agsilva/apresentacao.htmhttp://www.agostinhodasilva.pt/Aquele abraço do Francisco.
Segunda-feira, 20 de Fevereiro de 2006
Reflexão
Jornal PÚBLICO de 20 de Fevereiro de 2006
"Comissão Europeia considera "insuficiente" correcção do défice.
Os resultados do processo de consolidação orçamental poderão ser menos favoráveis do que o previsto no programa de estabilidade português, o que obrigará o governo a adoptar novas"medidas substanciais de correcção" do défice a partir de 2007."
É fácil adivinhar que vão ser os 750.000 funcionários públicos que vão suportar as "medidas substanciais de correcção". E talvez sejam ainda apanhados pela mesma necessidade os aposentados e os pensionistas. Pois...
- Ó Professor Agostinho da Silva, faça o favor de repetir as suas palavras para que alguém as ouça e as faça cumprir :
« - Não é Portugal que deve nada à Europa mas sim o contrário!»
Sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2006
Eu acho que os professores têm uma palavra a dizer.
Limito-me a transcrever e a aguardar a reacção das e dos colegas. É que pode não haver tolerãncia para «cartoons» mas ainda há para a prosa que reflecte opiniões. Beijos e abraços do vosso Francisco.
"Declaração após visitar escola particular
Ministra da Educação: ensino público está "muito longe" das famílias e alunos
17.02.2006 - 18h52 Lusa
A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, visitou hoje uma instituição particular de "referência" em Vila Franca de Xira e no final lamentou que o ensino público português esteja "muito longe" das necessidades das famílias e alunos.
Depois de visitar o moderno estabelecimento escolar da Quinta dos Bacelos, numa freguesia rural de Vila Franca de Xira, a ministra afirmou que, "nos últimos anos, a escola pública foi encolhendo tanto que cumpre apenas os mínimos e está muito longe do que é essencial", referindo-se ao défice no apoio à família e no cumprimento dos programas escolares.
Em Portugal, criou-se o hábito de as crianças frequentarem a "escola pública de manhã e a escola privada à tarde", um processo que, segundo Maria de Lurdes Rodrigues, "começa no infantário, com os 'ateliers' de tempos livres, e vai até ao secundário, onde os alunos que querem entrar para a universidade têm aulas de manhã e explicações à tarde".
Para a governante, as críticas ao programa das aulas de substituição e ao alargamento do horário são "sintomas das dificuldades da escola em responder enquanto instituição organizada".
Depois de visitar a creche, jardim infantil e pré-escolar da Quinta dos Bacelos, a ministra da Educação disse ainda que em Portugal "as boas respostas partem de iniciativas de grupos de pais e das autarquias".
"É uma instituição de excelência onde a tranquilidade e a qualidade é evidente. O trabalho da ABEI [Associação para o Bem-Estar Infantil] deve ser uma referência a nível nacional", afirmou Alberto Mesquita, vice-presidente da autarquia de Vila Franca de Xira.
Terça-feira, 14 de Fevereiro de 2006
Ritual do namoro/alimentação
A propósito deste dia tão especial para muitos, triste para outros (os que não têm com quem o partilhar) e indiferente para os restantes, passo a transcrever um pequeno texto para todos aqueles que se queiram debruçar sobre ele. Questionem-se, comentem
sobretudo divirtam-se como eu habitualmente faço quando consumo literatura.
MARMELADA.
O gosto pela marmelada é ainda o mais fácil de concretizar. A marmelada é doce, sabe muito bem, mas de modo nenhum enche ou satisfaz. Quando se abusa da marmelada, é mais que sabido que, em vez de entreter a gulodice, acaba por enjoar. Ficar-se pela marmelada produz a sensação esquisita de quem tenta matar a fome com chocolate: deixa um muito açucarado vazio a moer no fundo do estômago. A marmelada, como o chocolate, é um prazer que tende a diminuir com o avançar da idade. É uma sobremesa a fingir de conduto, um petisco que abre o apetite sem o saber fechar, um antipasto que se trinca à porta trancada da casa de pasto.
Este parágrafo que penosamente se acabou de ler é, para um português, convenhamos, bastante ordinário. As ressonâncias que estalam à volta da palavra «marmelada» são, aliás, típicas da nossa cultura. Por isso, em vez de nos pormos a distinguir a marmelada fina da grossa, ou a fazer o levantamento das formas modernas da marmelada nomeadamente, a marmuça, o marmeladarme e o enigmático marmex detenhamo-nos numa consideração mais ampla e importante. A saber: porque é que os portugueses associam tanto o sexo à alimentação?
As áreas da fruta e do peixe são particularmente ricas e semanticamente nutritivas. Os tomates, por exemplo, nunca foram pacíficos. Os próprios marmelos têm, como se sabe, que se lhes diga. Ao dizer de dada entidade que «é um pêssego», a referência não é necessariamente ao fruto do pessegueiro. Só na nossa língua, por exemplo, faz sentido dizer que Yull Brynner é um pêssego careca. E não se julgue que estes investimentos significativos se limitam à fruta (a própria fruta e o seu sinónimo chicha, como colectivos, são problemáticas). A bem ver, nem a hortaliça se encontra isenta, alastrando-se o «innuendo» por todo o espectro vegetal, desde o nabo até ao grelo.
Diz-se de pessoas atraentes que são «boas como o milho». Basta traduzir para francês ou inglês para perceber que o «elogio» tem uma circunscrição estritamente local. Nas outras culturas, «o milho» não é, simplesmente, tão bom como isso. Caso se dissesse «youre as good as corn» a uma íntima inglesa, é provável que se levasse uma merecidíssima chapada.
Outra coisa irritante que se faz muito em Portugal é chamar «figos» às pessoas e esperar que as pessoas se sintam envaidecidas com isso. Os portugueses dizem de determinados compatriotas «chamava-lhe um figo», como se «um figo», que é um fruto muito pouco atraente, fosse uma coisa fabulosa para estar assim a chamar às pessoas.
Seja milho ou seja figo, a lição é clara: o povo português tem um tal amor À alimentação, sacralizando tanto aquilo que come, que sobrevaloriza certos alimentos, ao ponto de os confundir com objectos de paixão bastante mais elevados, como sejam, a titulo de exemplo, as pessoas.
O que acontece com a fruta repare-se na proliferação de anedotas que provocou a recente importação (embargada) de bananas repete-se, com maior gravidade, naquele outro género alimentício que é o peixe.
É de tal escala o fenómeno, que são poucas as espécies que escapam à rede de profanas metaforizações. São os ditados que associam (porquê, Santo Deus?) a sardinha à mulher, sendo característico da nossa cultura popular que tanto faça dizer «da maior» ou «da mais pequena que houver». (
) Olha-se para a tabelade preços de uma peixaria e cada peixe traz, por assim dizer, água no bico linguado, berbigão, lula, tainha
E, falando em bicos, repara-se que nem os passarinhos escaparam. Que outro povo tem por galanteio chamar «pombo implume e incapaz de voar» a um indivíduo que seja considerado sexualmente desejável? (A um destes pombos inviáveis se chama, em português, borracho.)
Só em português é que quase todos os nomes de frutos ou de peixe são, por si só e por contexto, potenciais obscenidades. Mesmo aquelas palavras que ainda não foram investidas de conotações sexuais mostram já uma promessa da mais ordinária lascividade. Ou não se imaginam facilmente como palavrões um chicharro ou um cachucho, uns morangos ou uns melões? (
)
Seria «trigo limpo» continuar esta exposição pela linha das carnes (com realce para a carne de porco e seus derivados), detendo-nos na perplexidade sociológica que provocam expressões como «abafar a costeleta». (
) As conotações sexuais que há muito se deram a estas singelas palavras fariam com que um Marciano, ao ouvir falar dois portugueses acerca de uma recente conquista, julgasse a nação portuguesa como um povo não só orgulhosamente só como orgulhosamente canibal. (
) A verdade é que este curioso «interface» entre o sexo e a alimentação talvez se deva à falta generalizada de ambas as coisas, juntando-as assim num espaço semântico em que se partilha a ganância comum de usufruí-las um pouco mais. Ou, por outras palavras: esta marmelada semântica, esta confusão toda que fazemos, deve-se fundamentalmente, a um excesso de marmelada, e logo à escassez do que a marmelada, baratinha e coitadinha, procura, à sua maneira, substituir.
Miguel Esteves Cardoso, A CAUSA DAS COISAS
Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 2006
Finalmente consegui!!!
Diz -se por aí que " água mole em pedra dura tanto bate até que fura! ", e depois de muito tentar ( muito suor e lágrimas derramadas... lol) aqui estou eu, a escrever o meu primeiro artigo!
Pensei em elaborar qualquer coisa de especial, mas há cerca de dez minutos atrás, alguém me disse que o que é necessário é escrever e nada mais! Mas hoje a disposição não convida a passar para palavras aquilo que realmente todos gostariam de ler, por isso vou ficar por aqui!!! Continuarei .....
Então, ninguém diz nada?

Eu bem venho aqui espreitar, a este nosso espaço, na esperança de ver novidades, mas...Nada! O que eu posso continuar a fazer é incentivar e motivar as minhas e os meus colegas para usarem e abusarem disto. Beijos e abraços do Francisco.
Sexta-feira, 10 de Fevereiro de 2006
Caríssimas colegas co-autoras :
Pronto! Jão têm privilégios de edição as colegas Inês, Regina e Tânia. Nos homens, mantêm-se o Guilherme e o Francisco. Então, como sabem, agora basta aceder a www.sapo.pt , escrever a password quando aparecer EDITAR BLOG e aparecerá o menu da edição do nosso blog para poderem escrever artigos com e sem imagem e poderem convidar outros colegas. Vamos lá deitar mãos ao trabalho. Beijos e abraços do Francisco.
Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2006
"A ponte é uma passagem, p'rá outra margem"
"Eu tenho um sonho." (Martin Luther King) O meu sonho era que este espaço fosse a ponte a unir todos aqueles profissionais que ao longo dos anos alimentaram cumplicidades, geraram afinidades e aprofundaram amizades. Pode ser que... "I know I'm a dreamer but I'm not the only one." (John Lennon). Beijos e abraços do Francisco.
P1
Professor
Estranha palavra.
Nunca folhei nenhum dicionário ou enciclopédia com um significado suficientemente satisfatório. Até porque nem eu próprio sei muito bem o que procuro. Tenho uma vaga ideia
Mas acho que estou perto. Quase todos os dias junto mais uma pecinha
Não sei qual a técnica utilizam se é que a têm mas, pessoalmente, gosto de montar puzzles em cima da maior mesa que tiver em casa. Afasto a fruteira para um canto, passa o napron, arrumado à pressa, para cima da salada de laranjas, maças e peras ainda por descascar, e estou pronto para a rotina deliciosamente rotineira. Mais um dia, mais uma peça.
Porém, de quando a quando, há sempre alguém quantas vezes, eu próprio que tropeça numa perna deste quadrúpede polido e envernizado. Tudo estremece, sai do lugar, se mistura, se bagunça
Tantos elos que se perdem. Felizmente, nem todos.
No entanto, depois de uma forte tempestade, neste caso a nível apartamental, se repararem bem, há sempre pelo menos uma peça que se modifica. Alarga, rasga, encolhe
desaparece
Afinal enganei-me. Todas a ligações foram afectadas. E podemos considerar-nos sortudos se precisarmos apenas de uns apertões para nos adaptarmos à nova realidade, ou, para os que acreditam nessas coisas do destino, ao que estava predestinado desde o início.
Ontem, alguém partiu uma unha do pé contra a minha mesa
(continua uma noite destas
)
Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 2006
Introdução
E para começar, que tal o novo cartão de visita da «Invicta, Mui Nobre e Sempre Leal Cidade do Porto» ? Eu tenho muito orgulho em ter esta casa na minha cidade. Bairrismo? De qualquer maneira, estão abertas as hostilidades. Vamos lá transformar este espaço no nosso espaço. Beijos e abraços do Francisco.