O Sr. António ainda tem carro de vacas, mas não tem animais para o puxar ( na minha terra ainda hoje se denomina, carro de vacas, eram estas que o puxavam pois tinham a dupla vantagem económica de também darem as crias), e então nesta altura acautela-o a sete chaves.
É nesta quadra do S. João que na minha aldeia a rapaziada se entretem a fazer umas ancestrais maroteiras. Em que consistem? Normalmente nas pequenas terras o centro cívico situa-se junto à Igreja que tem à volta um logradouro. É para aí que os moços levam durante a noite os trofeus das suas travessuras. Então os carros bem como utensílios agrícolas (arados e grades) e vasos de flores são levados pela calada da noite. Duma vez levaram um bezerro preso a uma corda que ataram ao badalo do sino da torre da Igreja, tendo colocado à beira do animal uma faixa de palha. Já estão a ver o filme, o bovino a comer a palha e a tocar o sino!
Mas a história mais pitoresca que já em jovem ouvi a velhinhos de altas barbas dizia que determinado rabugento lavrador querendo proteger o seu carro deitou-se no chadeiro. Como estava cansado dos trabalhos agrícolas entregou-se a Morfeu de tal maneira que a rapaziada pegou no carro e foi colocá-lo numa poça (cisterna de terra batida para empresar água de rega). Dizem que o homem só acordou quando a água da nascente foi enchendo a poça e lhe chegou aos pés!...
Esta é de facto uma história com barbas e daí vocês podem tirar as vossas conclusões sobre as travessuras.
Fiquem bem, antonio
O que é bom, não deve ser esquecido!
Correndo o risco de saturar-vos, mesmo assim opto, principalmente por ser uma questão de equiparidade e justiça, por pedir-vos autorização para falar-vos na Academia de Música de Espinho, ao pensar, novamente e ainda, em Música e Canto.
Gostaria de ser bem clara em explicitar, que nunca pretendi estar a desenvolver um historial de Espinho em termos de Actividades actuais (pois se tal fosse o caso, nunca poderia esquecer as actividades desportivas; a Nave de Espinho; o Centro Multimeios, etc.).
Mas afinal, que pretendi com os meus artigos sobre Espinho? Parte da resposta a esta questão encontra-se no artigo anterior, mas concluindo a resposta, foi essencialmente demonstrar que o indivíduo, enquanto pessoa, deve fazer o que realmente gosta, sabendo assim preencher os seus tempos livres, tornando-se ocupada por opção e com prazer: "Aposentada,mas não parada".
E como já há muito se percebeu que eu gosto de cantar, optei por participar no "Côro dos Amigos da Academia de Música de Espinho". E foi fantástico, gostei mesmo muito, mas por motivos de saúde tive que "desistir" durante uns meses. E então para preencher o meu prazer de cantar inscrevi-me no Orfeão de Espinho. Assim, é que, a história está bem contadinha.
Ora, tendo eu falado no Orfeão deta cidade, não podia nem devia esquecer a Academia de Música, a qual também se deslocou à Assembleia da República (antes até do Orfeão).
Tentando sintetizar, não posso deixar de referir a extraordinária "OCE- Orquestra Clássica de Espinho", formada na e pela Academia de Música; o ensino oficial do 2º. ciclo paralelo com o curso de Música no mesmo edifício e o excelente trabalho realizado pelo Professor Fausto com O Côro (e não so!) acima referido: Excertos da Ópera "Dido e Eneias" ( cuja actuação foi pura e simplesmente fantástica).
Para concluir, referencio as sessões constantes de Música, já realizadas na nova Academia (sita na rua onde resido, o que me proporciona o prazer de assistir a várias actuações).
Voltarei a escrever sobre a Academia de Música, pois creiam haver motivo e conteúdo para tal e muito brevemente.
Saudações Musicais de
Maria da Graça
"Nem sempre o que parece é..."
Sobre o facto, de eu tanto "falar" de Espinho, tal deve-se, fundamentalmente, ao espírito derrotista, do habitual português e parece que também espinhense, afirmando que Espinho não tem nada para se ver, que não há nada onde nos distraírmos, etc.,etc. Não que eu discorde totalmente, pois esta cidade podia e devia ser melhor aproveitada, mas que tem demonstrado ascensão através dos anos, lá isso tem.
Convém afirmar (o que já há muito devia ter feito, mas apenas não calhou) que eu não sou natural de Espinho (sou espinhense por amor e afinidade pois, toda a minha família directa vive e praticamente nasceu em Espinho). É que, o meu pai era ferroviário (funcionário da C.P.) o que fez com que a minha mãe tivesse cada uma das suas filhas em estações do Caminho de Ferro diferentes. Sim, vivi em várias estações! Mas toda a minha vida está ligada a Espinho, desde criança.
Além disso, como o meu nome é muito extenso e as pessoas fazem esse mesmo comentário, eu digo que o meu pai foi funcionário da C.P. e que, por isso, o meu nome é do tamanho dum comboio!
Quanto às ruas de Espinho serem numeradas, mas também terem designação de personalidades eu sei-o pela minha mãe ( a tal jovem e bonita senhora de 80 anos) mas gostaria muito que fosse o nosso amigo António a explicá-lo, primeiro porque, por certo, vou aprender bastante e segundo pela redacção fantástica que, este amigo comum, apresenta nos seus artigos. Fico a aguardar.
E voltando à fundamentação deste artigo: Espinho é uma cidade nova (33 anos), pequena ( o que até me agrada bastante), com toda a sua História originária nos "vareiros vindos do Furadouro". Não tem muito para ver, mas apresenta "espaços" muito agradáveis e nada dispendiosos. como passar-se uma bela tarde num dos barzinhos sitos mesmo na areia. Passem por cá e deleitem-se quer a passar, num desses bares, uma bela manhã, ou ver o pôr-do-sol , ou descansar um pouco antes de se deitarem e depois digam-me alguma coisa... É o que me fica mais gravado ao fim de mais um verão, pelo prazer que me dá. Eu sei, eu sei que isto não é único de Espinho, mas já sabem: "cada um puxa a brasa para a sua sardinha" e que as nossas mágoas foram atiradas ao mar é uma verdade.
Hoje, ao consultar este delicioso blog, apercebi-me, até com alguma surpresa, que terei andado a falar em demasia sobre Espinho, pelo que desde já apresento o meu pedido de desculpas. Muito honestamente, e talvez até um pouco inconscientemente, o que eu pretendia demonstrar, e creio que até a mim própria, era que há divulgação de Cultura e Recreação em Espinho! Pois se me centralizei no Orfeão de Espinho (e não devo, de modo alguém esquecer A Academia de Música com toda a sua grande actividade: próximo post) e já me dizem "Boas Festas em Espinho... Amigos as festas religiosas e profanas em Espinho são em meados de Setembro... Até me agradou, o facto de os artigos nos fazerem repensar a vida e perceber claramente que a vida chama por nós, apela-nos a participar no que nos apraz, por mais simples que seja. Mas, quer agora no Verão, quer em Setembro por que não vêm até Espinho, ao menos tomar um cafézinho? Teria muito gosto em fazer-vos companhia (sem esquecer ninguém, mas em especial os amigos que têm comentado sobre Espinho:Porcina; António e Francisco).
E, por hoje, receando estar a maçar-vos, termino dizendo: -"Façam o favor de serem felizes" (copiando Raúl Solnado).
Saudações Espinhenses de
Maria da Graça
Em direcção ao S. João, entrámos na recta final. Quero partilhar convosco alguns aspectos da festa mais democrática que se pode imaginar. E nada melhor do que ouvir quem sabe. Foi o que fiz. Podem ler no Jornal de Notícias de 17 de Junho de 2007, a páginas 30 e também podem ver
Reflexos da sociedade consumista em consonância com falta de civismo!
Foi assim que hoje vi junto aos contentores da minha área de residência!
(antonio)
1ª Notícia
16 de Junho de 2007
Espinho comemora mais um aniversário de subida a cidade
Hoje, no edifício "Multimeios", realizar-se-á uma cerimónia comemorativa na qual participará "O Orfeão de Espinho", actuando, mais uma vez com a dupla função de saber envolver-se nas festividades da sua terra e saber valorizar e amar o Passado, projectando-o para o Futuro. "Saibamos preservar o Passado, para que haja Futuro".
Como acontece nas telenovelas:Continua nos próximos episódios
2ª Notícia
Feira do Livro
Abriu, no dia 15 de Junho, a Feira do livro, em Espinho sita na Junta da Freguesia de Espinho (antiga escola feminina do 1º. ciclo, remodelada, mas mantendo-se a sua fachada: um óptimo aproveitamento de espaço).
Dado que o Orfeão de Espinho ensaia nesse espaço, o mesmo teve o prazer de participar na cerimónia de abertura da Feira do Livro, cantando para quem o quis ouvir.
Saudações Espinhenses de
Maria da Graça
"Cada um puxa a brasa para a sua sardinha"
É, apenas, mais um provérbio. Mas, uso-o como fundamentação de dois pontos:
1º.- Por durante estes próximos dias, vos referenciar ESPINHO.
2º.- Como meio de lembrar os Santos populares e a bela sardinha "do nosso mar" como a vareira desta cidade apregoa e como o Orfeão tão bem a canta.
Pois é,"cada um puxa a brasa para a sua sardinha". E, por falar em sardinhas, hoje deliciei-me com umas quantas sardinhas assadas, muito bem acompanhada (com a minha família) num daqueles restaurantezinhos típicos à beira-mar. Não sentem o cheirinho?! Na nossa mesa, ao mesmo tempo que se comía, havia quem dissesse:
-Hum, isto é melhor que lagosta!...
Ao que todos se riram. Perante este riso geral, a apaixonada por sardinhas (que não eu) e que nunca fica farta das mesmas, retorquia:
- É a sério! Adoro sardinhas. Prefiro-as a marisco.
Alguém respondeu:
-Sorte tua. Fica-te mais barato.
E foi nesta amena e alegre cavaqueira que comemoramos o S. António "atrasado, mas mui bem saboreado".
E, como a família "Figueiredo" (em homenagem ao seu patriarca), apresenta a sabedoria e felicidade de apreciar as coisas simples, lá comentávavamos que tínhamos cumprido a tradição e quão bem tinha sabido.
Como o que é bom, deve repetir-se, já ficou combinado que tinhamos que comemorar o S. João com outra sardinhada. Já chegaram lá, pois já? Claro! Para o S. Pedro não ficar triste haverá outra sardinhada... (fora as que nos apetecem durante todo o ano, mas as dos Santos são especiais, talvez sejam abençoadas).
E, com ou sem sardinhas, " façam o favor de serem felizes", como dizia o Raúl Solnado.
Um abraço da
Maria da Graça
Sempre associei a noite de S. João a folia e nunca me passou pela cabeça que essa folia se desenrolasse dentro de uma igreja, local sereno e de culto. Deverá ter a ver com a festividade não laica certamente, pois não quero ficar mais admirado do que daquela vez que vi um reco andar de bicla!...
(antonio)
São duas as efemérides que hoje se comemoram:
DIA DO DADOR DE SANGUE |
DIA DA LUTA CONTRA A DOR |
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Sem me querer repetir, não posso deixar de pensar que pertenci a um curso espectacular. E se não deixo de o pensar, é igualmente verdade que não páro de o afirmar. Vou partilhar convosco uma recordação que, certamente, todos vós tereis. Quando hoje olho para este edifício onde funcionou a Escola do Magistério Primário do Porto, nomeadamente para a sua fachada principal, vejo a mesma porta central ou principal e as duas portas laterais. Pois bem. Quando para aquele edifício entrámos, corria o ano de 1969, foi-nos dito que a porta principal era destinada aos professores da escola e as laterais eram para uso dos alunos, sendo que uma era a dos rapazes e a outra a das raparigas. Assim estava superiormente estabelecido e assim foi cumprido. Há até algumas provas fotográficas desse facto. Veja-se, por exemplo, onde foi efectuada a fotografia do grupo de rapazes que iniciou o curso: na escadaria da porta de entrada dos rapazes, como é óbvio. Só que este curso era constituído por gente diferente. Tinha personalidades muito fortes e poderemos até dizer que eram já muito avançadas para a época. E a prova disso está no facto de uma das coisas que sofreu alteração foi a serventia das 3 portas de acesso, ou seja, professores, funcionários e alunos puderam passar a usar, indistintamente, qualquer porta. Esta alteração aconteceu com toda a discrição e a normalidade de funcionamento nunca foi posta em causa. É por isso que sinto o maior orgulho em ter pertencido ao curso de 1969/71 da EMPP.
Esta é uma efeméride que não me agrada nada registar. Até nem devia existir. Esta é das tais que não se justificam. Estão relacionadas com actos injustificáveis. Todavia, que dá que pensar, lá isso dá. E porquê? Porque há um ditado muito antigo que diz que «trabalho de menino é pouco mas quem não o aproveita é louco». Então eu estou a defender que os meninos devem trabalhar mas pouco? Nada disso. Ou estou a defender que os meninos só devem fazer trabalhos leves? Nada disso. Trata-se de estabelecer a fronteira entre o aproveitamento do trabalho infantil e a exploração do trabalho infantil com aproveitamento pecuniário. E surge também aqui a questão da fuga à escolaridade. E é aqui que aparece a questão das artes e ofícios. Para quem se recorda, longe vão os tempos do ensino técnico e dos cursos comerciais e industriais. Todavia, quantos dos bons técnicos aos quais hoje necessitamos de recorrer são desse tempo?
Saudações laborais do Francisco.
O edifício da Estação de S. Bento foi edificado naquele local sacrificando o convento "Avé Maria". Do mal o menos, da destruição de um edifício nobre nasceu outro igualmente imponente!...
Actualmente destroi-se o que é belo só porque está fora de moda e substitui-se por intervenções surrapas mexerucas!...
(antonio)
- Viva Portugal !
- Que Camões continue vivo !
- Que as Comunidades Portuguesas permaneçam vivas !
Saudações portuguesas do Francisco .
Andar pela cidade, apalpando-a e sentir-lhe os odores é um acto de cidadania que nos entranha quando mergulhamos no miolo histórico que é essencialmente aquele que estava confinado às muralhas Fernandinas. É aí que a cidade vai resistindo na sua fisionomia pese embora a desertificação humana que cada vez é mais acentuada.
Hoje passamos pela Travessa da Rua Chã (ver imagens) e já não tinhamos feito esse passadouro há cerca de 35 anos. No entanto o mesmo lixo, grafittis nas paredes e o cheiro a urina mantém-se como imagem de marca. É uma Trav. sui generis que vai da Rua Chã, passa por baixo de vários edifícios até à Rua Saraiva Carvalho.
Seguimos depois pela Rua Escura e Rua do Souto outrora efervescentes de pequeno comércio e sobretudo negócio de saias, do líbido, entenda-se, mas agora sem vida. Logo ali o Largo do Duque da Ribeira que teve grande intervenção quando Fernando Gomes esteve à frente da Câmara com ideias superlativas para o local, agora está às moscas com uma destruição confrangedora!
Depois subimos pela Rua dos Caldeireiros, tal como o nome indica era fértil na actividade de trabalhar o cobre, latão e mais. Temos ainda no nosso subconsciente o barulho ensurdecedor do martelar na chapa de há 35 anos quando andavamos por ali. Agora é o silêncio total, o único idoso caldeireiro está a meio gás, o negócio já não é o que era e não há seguidores!...
Continuei e cheguei junto à Torre dos Clérigos, à Praça de Lisboa. Aí não dá para entender. Todas as lojas espatifadas num cenário de hecatombe, não ficou pedra sobre pedra! (Dá pena, pois foi uma intervenção que tem menos de 20 anos e na altura recebeu os melhores elogios da crítica).
Finalmente para desanuviar destas tristezas fui ao Palácio de Cristal dar uma olhadela à feira do livro não propriamente com propósitos aquisitivos, mas faz parte do habitué (o torniquete de entrada marcou mais um visitante, e eles enchem a barriga com isso como se fosse sinónimo de mais um comprador! As parangonas noticiosas que só sabem manipular a mim não me convencem).
Fiquem bem, antonio Trav R. Chã
- Joana, quantos dedos tens na tua mão?
- Cinco dedos, professor.
- Muito bem. E sabes quantos oceanos há na Terra?
- Cinco, professor.
- Muito bem Joana. Vamos lá ver os nomes deles.
Saudações oceanográficas do Francisco.
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