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Quarta-feira, 9 de Agosto de 2006
A política tem destas coisas ...
Lembram-se da polémica que envolveu o candidato (Isaltino Morais) à Câmara Municipal de Oeiras nas últimas autárquicas? Pois o que lá vai, lá vai. Neste momento o PS foi convidado - e aceitou - para ocupar alguns pelouros municipais http://dn.sapo.pt/2006/08/03/nacional/socialistas_aceitam_pelouros_isaltin.html.
O passado de Isaltino Morais já foi esclarecido? Ou será que se passou uma esponja sobre o passado? Tudo o que o PS disse, na campanha eleitoral para as autáquicas, sobre Isaltino Morais faz já parte do passado (talvez longíquo ...) ?
Haja coerência. Assim é difícil acreditar nos políticos da nossa praça.
Sinto-me: desiludido
As notícias sobre a ilibação de Nobre Guedes, cuja busca ao escritório foi precedida de indicação à comunicação social de que esta ia ser realizada, (como aconteceu também com Jorge Coelho) , obriga a condenar a forma como se fez uma penalização social gravíssima para pessoas que acabam por ser inocentadas sem nada de semelhante às parangonas com que foram culpabilizadas. Isto, junto com a negação pelo tribunal do acesso aos computadores do 24 Horas, cortando cerce uma cortina de fumo sobre o objectivo inicial do inquérito (saber por que razão estavam no processo Casa Pia listagens que não deveriam estar e quem foi responsável por esse acto), são importantes revezes do Ministério Público. Somam-se a muitos outros revezes, do caso Apito Dourado ao que aconteceu com Fátima Felgueiras e Isaltino de Morais. O MP atira para vários lados, as fugas de informação criam expectativas de culpas e de penas e depois, nada, nada, nada…
No intervalo, ficam estilhaços por todos os lados, inocentes que carregarão sempre a culpa que lhes foi lançada nos jornais, culpados que se escapam no meio de métodos de investigação, que se revelam incompetentes e negligentes. Mais do que isso: os abusos entretanto cometidos revelam os efeitos perigosos de uma atitude justicialista, ou seja, de uma política que nada tem a ver com a democracia. Quando uma instituição central do nosso sistema de justiça entra na política está posto em causa o funcionamento normal da democracia.
Esta é a questão de fundo do que se passa no MP e, hoje, é responsabilidade do Primeiro-Ministro e do Presidente da República. Assim não pode continuar.
(C/a devida vénia do ABRUPTO)
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