Já que mandei umas bocas foleiras sobre a não participação de autores do blog, apresso-me a arrasoar aqui umas larachas antes que me atirem à cara que também sou um balda. De facto tenho sido mais assíduo noutro blog onde de quando em vez tenho mandado umas patacoadas.
A troca de saberes é sempre salutar, então hoje quero aqui deixar esta panorâmica da cidade do Porto. Cacei esta imagem a partir da Rua Chã que no tempo do Marquês de Pombal era habitada pela aristocracia, no consulado fascista virou logradouro de meretrizes (quem ainda se lembra dos Cafés Derby e Royal onde a mercadoria era exposta!) e actualmente está entregue ao comércio da chinesada. Rua Chã ali perto da estação de S. Bento onde chegavam os "parolos" vindos do Douro no comboio a vapor e que se deleitavam com o ambiente feminino dessa rua. Tristezas não pagam dívidas é um aforismo que se pode aqui aplicar a esses visitantes que vinham encher o ego.
Podemos desfrutar a beleza da imagem com a inconfundível Torre dos Clérigos, ex-libris da cidade. Em primeiro plano vemos a remodelada Av. D. Afonso Henriques, vulgo Av. da Ponte com as bocas do Metro - linha que passa por baixo que liga Gaia ao Polo Universitário. O casario, muito a cair de podre, qual Havana de Fidel, ainda não teve uma intervenção global de recuperação.É pena, senhores guardiões da autarquia, que quem vier que feche a porta!... Após o 25 de Abril a recuperação, aos bochechos, da zona histórica foi entregue ao CRUAB. Agora extinguiram-no e temos O PORTO VIVO. Se foi só uma mudança de nomes mal vai. Estou a lembrar-me da antiga JAE que mudou de nome por ordem do ministro Cravinho quando o seu ex-director General Garcia dos Santos soltou a lebre da corrupção (parece que ainda foi fustigado pelo então ministro por não estar caladinho). E anda agora Cravinho feito paladino da anti-corrupção!...
Lembro-me aqui e com que saudades dos tempos em que eu chegava também de comboio vindo de Vila Viçosa quando andava a estudar p´ra padre e solicitava o serviço de uma carrejona (havia por ali tantas) que a troco não sei quanto, mas que não iria além de 5$00 pois um almoço na extinta Adega do Sardão na Rua Duque de Loulé andava pelos 7#50, me levava a mala de cartão, sim senhor, à cabeça equilibrada numa rodilha pela Rua do Loureiro, Cimo de Vila, Batalha, Entreparedes até à garagem Galiza na Avenida Rodrigues de Freitas onde apanhava a carreira para a minha aldeia!
As carrejonas, que disputavam o serviço com os carros de praça (quase todos Mercedes 190), e a garagem já desapareceram do mapa. As ruas são as mesmas com outros actores. Na Batalha D. Pedro V mudou de sítio. Ah, e o comboio já não fumega!...
C/as m/saudações, antonio
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