Os autores deste jornal virtual cumprimentam todos os que passam os olhos pelos assuntos destas páginas.
Com a devida vénia transcrevo de http://jumento.blogspot.com/2007_08_01_archive.html o seguinte texto para reflexão:
"A Joana era algarvia, a Madeleine era inglesa. A Joana era uma menina trigueira e mal vestida, a Madeleine era loura e bonita. A Joana não sabia o que eram férias, a Madeleine fazia férias na terra da Joana. A mãe da Joana era uma trabalhadora doméstica, a mãe da Madeleine é médica. A Joana tinha um padrasto, a Madeleine tinha uns pais exemplares. As duas crianças desapareceram de locais que ficam a meia dúzia de quilómetros de distância, mas separados por um imenso mundo.
No caso da Joana ninguém colocou a hipótese de rapto, da mesma forma que no caso da Madeleine ninguém imaginou o homicídio como hipótese provável. Olhava-se para a mãe da Joana e percebia-se logo uma assassina, olha-se para os país da Madeleine e percebe-se logo o sofrimento de pais cuja filha foi roubada. A mãe da Joana queixou-se de ter sido alvo de agressões por parte da PJ que alguém justificou com uma queda, a mãe da Madeleine tem direito a reuniões semanais para ouvir explicações da PJ e quando algo não lhe agrada exige a antecipação da reunião.
Se à mãe da Madeleine faltasse uma mão seria deficiente física, a mãe da Joana seria maneta."
Faço minhas as palavras deste anónimo. Simplesmente bem escrito! A meu ver falta apenas salientar uma coisa. Não sou mãe por enquanto e por isso não sei qual a dor de perder um filho seja de que forma for. Mas sou uma tia e madrinha muito babada e só sei que se algo acontecesse á minha sobrinha que tem apenas três anos, o meu sofrimento seria bem visível e expresso. têm comentado comigo que a mãe da Maddie nunca aparece a chorar ou raramente o faz porque os ingleses escondem melhor as emoções. Tretas!! Qualquer pessoa que ame outra e fique sem ela desta forma. quer seja médico, advogado ou empresário, chora!!!!! Olhem a mãe do Rui Pedro que mesmo passados tantos anos ainda vem à tv com lágrimas nos olhos.
a mensagem que quero fazer passar é que as crianças pobres de portugal que desapareceram e as suas mães não tiveram direito nem a um terço do que estes pais ingleses tiveram. algo de muito grave se paas aqui...
De Nantília a 31 de Agosto de 2007 às 22:07
Pois é! Éstamos sempre a avaliar os outros. Não há duas pessoas iguais. Cada um tem a sua maneira de exprimir os seus afectos, as suas alegrias e as suas tristezas. Uns de forma recatada e controlada, outros de forma mais exuberante e outros ora assim, ora não assim. Também tem muito a ver com a sua cultura, mas quando alguém muito querido desaparece, repentinamente, a vida dos pais fica como se um furacão tivesse passado e deixa tudo numa confusão. Mil e um pensamentos incrédulos, confusos, autorecriminatórios, etc, etc. E muitos outros que os fazem sofrer muito, pois lidar com a incerteza, a dúvida, a suposição do que estará a acontecer, de não saber se está morta ou viva... esta situação, penso eu, que para mim seria de um sofrimento atroz tão forte ou mais do que lidar com a certeza de uma morte. Assim, a esperança de que apareça, de que a vão voltar a abraçar, é a última a morrer. À medida que o tempo passa, a saudade aperta e o sofrimento é maior. Quem somos nós para os julgar? Só passando por uma situação identica é que poderíamos avaliar. E...espero sinceramente que nunca passes e... gostaria de pensar que ninguém mais passaria.
Quanto a sermos tratados pela polícia de acordo com o status económico e ou social, isso infelizmente é uma realidade, ainda se verifica, mas o mesmo talvez já não se passe na justiça. Só pode demorar mais tempo para um que tenha status económico mais elevado, mas.. justiça será feita. " a justiça tarda mas não falta". Sejamos menos cruéis e mais exigentes no cumprimento das leis e do tratamento igual para todos os Homens.
Nau
Gostaria de também eu numa de politicamente correcto concordar com a certeza da Nautília quando afirma que "a justiça tarda mas não falta". Penso que se refere à justiça dos homens, se assim é as minhas dúvidas são mais fortes do que as suas certezas.
(antonio)
"Quando a justiça demora cinco ou dez anos a ser aplicada, pura e simplesmente não se faz justiça". Esta é uma verdade de La Palisse com que concordo e está na entrevista a Carmona Rodrigues no último semanário "Sol".
Cumprimentos, antonio
Comentar artigo