Pois é. Lá vou eu voltar ao assunto. Já todos viram certamente o espectáculo deprimente dos carrósseis na Avenida dos Aliados. Não é que eu tenha algo contra os carróseis. Merecem-me todo o respeito e nutro por eles e por outros divertimentos populares uma grande simpatia. Usei-os com os meus filhos, uso-os com o meu amigo Xavier de 6 anos e usá-los-ei com os meus netos. Mas em ambientes próprios. Em espaços públicos adequados. Nunca na Avenida dos Aliados. Ali, nunca me verão a usar tais divertimentos. Não sei que me parece mas não me parece bem. Para mim, era o mesmo que entrar na casa de quem me está a ler e pôr-me a dar uns toques com uma bola de futebol logo no átrio de entrada. Sinceramente, não critico os comerciantes ou industriais que conseguem que lhes aluguem aquele espaço. No lugar deles, sentir-me-ia honrado por me deixarem instalar ali os cavalinhos. O que critico, isso sim, é a falta de vergonha na cara de quem autoriza que façam aquilo à minha cidade. Por já não haver árvore gigantesca, há que arranjar outra coisa qualquer que chame o povo à avenida. Os meios justificam os fins? E será que os fins são, assim, atingidos? Quem fica atingido, isso sim, e muito, é quem sente esta cidade, porque quem não a sente faz o que se vê...
Noticia do Público / Notícia do DN
É verdade, meu caro António. Tudo o que aqui tens escrito sobre o atentado à Avenida dos Aliados está reforçado com mais esta notícia. Venham agora dizer-me que este não é mais um revés para a arquitectura de Siza Vieira...Palavras para quê?
Saudações revolucionárias do Francisco.
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